Play da radio

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Almoço, Catira e Viola

Apresentação Boi à Bessa

Espetinho à Bessa

O Clube da Viola de Bauru se apresenta nesse domingo, a partir da 12h00, no Restaurante Espetinho à Bessa, na Avenida Nossa Senhora de Fátima, 9-55, no Jardim América, em Bauru. A entrada é franca; será cobrado apenas o consumo. Informações pelo telefone e e-mail acima.

domingo, 27 de novembro de 2011

Livro Sorocabinha

Paixão do sertanejo Sorocabinha pelas modas de viola grava o primeiro disco em 1929, com a “Turma Caipira de Cornélio Pires”.

Lançamento: 29 de novembro de 2011

Horário: 18:30 horas às 21:30

Local: Livraria da Vila, rua Fradique Coutinho, 915 – Vila Madalena – São Paulo

As notícias nos jornais de 1929 eram sobre a música sertaneja de raiz, do folclore paulista. Cornélio Pires investira na produção independente dos discos com a “Turma Caipira Cornélio Pires”.

Foi para atender ao pedido de Cornélio que Olegário José de Godoy – Sorocabinha, violeiro de Piracicaba, organizou um grupo com vários músicos para fazer parte dessa Turma. Com o sucesso de vendas do primeiro disco 78 rpm gravado pela Turma, as gravadoras tiveram grande interesse em lançar outros discos do gênero. Estes e outros fatos mais marcantes são contados por Maria Immaculada da Silva, filha do violeiro e autora do livro Sorocabinha.

O personagem central Sorocabinha viveu 100 anos e passou por várias fases na evolução do disco e do rádio, chegando também a participar do filme Vamos passear?, de Cornélio Pires. Com Mandy (Manoel Rodrigues Lourenço) gravou 70 discos, produzidos por RCA-Victor, Odeon, Columbia e Parlophon. Essa dupla sertaneja tornou-se uma referência para as novas duplas que se formaram depois, como Tonico e Tinoco.

O livro contém muitas informações que podem ser utilizadas por pesquisadores, por reviver o período inicial da história da música sertaneja de raiz. Traz também ilustrações, fotos de época restauradas e texto atualizado e revisto pela nova ortografia.

Vinte músicas, entre elas modas de viola e desafios, foram restauradas e remasterizadas digitalmente para compor o CD de áudio que acompanha o livro Sorocabinha.

clip_image002[8] clip_image002[10]

Enviado pelo Escritor Israel Lopes

Site: www.sorocabinha.com.br

Contato: contato@sorocabinha.com.br / Fone: (11) 3032 0132

O Cururu, Origens e Definições

Por Sérgio Santa Rosa

Sérgio Santa Rosa é jornalista e autor do livro “Prosa de Cantador”, à venda pelo site www.abacateiro.com

De maneira simples, podemos definir o cururu como desafio cantado, praticado na região do Médio Tietê. No entanto, existem muitas definições mais completas e menos consensuais, que levam em conta algumas hipóteses para a origem da manifestação.

Para João Chiarini, o cururu é uma “competição popular, luta amistosa entre canturiões”. Ele discorda dos que definem o cururu como uma dança, em razão da pobreza coreográfica. Para Chiarini os cururueiros simplesmente rodavam, o que por si só, não caracterizaria uma dança. O cururu seria uma cantoria de origem luso-afro-indígena.

A corrente que crê que o cururu seja uma dança tem representantes de peso como Mário de Andrade, Antônio Candido, Alceu Maynard de Araújo e Câmara Cascudo. Mas mesmo entre eles não há consenso. Mário de Andrade, Alceu Maynard e Antônio Candido entendem que o cururu teve origem a partir da adaptação das danças cerimoniais indígenas, enquanto Câmara Cascudo fala em “invenção jesuítica para efeitos catequéticos”; daí seu caráter respeitoso, desprovido de intenções sexuais.

Se não há consenso, é certo, porém, que o cururu sofreu transformações e hoje é apenas um desafio entre cantadores, uma forma de repentismo caipira, em que, pelo menos desde a década de 1950, inexistem movimentos coreográficos.

O professor Alberto Ikeda elabora uma seqüência das transformações ocorridas na manifestação:

1) Danças cerimoniais indígenas;
2) reinterpretação das danças derimoniais indígenas
3)cururu-dança: dançado em roda, diante dos altares, com temática predominante religiosa e com canto improvisado (desafio implícito). Comum no ambiente rural;
4) cururu cantoria-de-improviso: adaptado ao ambiente urbano como espetáculo, sem dança, com temática profana (desafio explícito);
5) cururu-canção: gênero de canção sertaneja, com permanência apenas do ritmo tradicional.

Mas o que dizem os cantores remanescentes, os verdadeiros transmissores da tradição, sobre as origens do cururu? O canturião Abel Bueno, de Piracicaba afirmou:
Tem historiador que fala que o cururu é de Portugal. Eu falo que não porque se fosse, lá tinha cantador e lá não tem. O cururu foi criado aqui na Média Tietê, no triângulo Sorocaba, Piracicaba e Botucatu, incluindo as cidades aqui no ramal. Quando começaram a cantá o cururu foi na saída da bandera, quando criaro a bandera do Divino, em São Sebastião da Pedra Grande, que depois passo a chamá Capela de São Sebastião e hoje chama distrito de Laras, em Laranjal Paulista.

Outro veterano de cantoria, Horácio Neto, de 84 anos, me corrigiu quando falei em cururu dançado, mostrando uma concepção da coreografia mais próxima da de João Chiarini:

Num é bem dança. É virano em roda.

Mais poética que todas as definições e teorias elaboradas pelos estudiosos é a origem mítica do cururu cantada de Pedro Chiquito na gravação “CururuAntigo”, lançada em disco de 78 rotações, no início da década de 1960.

Me falô os antepassado
De uma lenda que existiu:
Santo Onofre e São Gonçalo
Um dia esses dois reuniu.
Da barba de São Gonçalo

Retiraram 12 fio;
Encordoaro na viola
Com toêra e canotio.
Desse dia por diante
Foi que o cururu existiu.

Tão controversa quanto as origens da manifestação são as possíveis origens da sua denominação. Alceu Maynard cita Basílio de Magalhães que afirma ser cururu a palavra usada para dizer sapo, na língua indígena abanheenga. Segundo ele, a expressão “sapo cururu” é pleonasmo. Outra hipótese também aventava por Alceu Maynard é que cururu seja a corruptela, em língua tupi, da palavra “cruz”, que antigamente seria pronunciada “cruce” ou “curu” pelo catequisador.

O folclorista sorocabano Benê Cleto aceita a origem da denominação da manifestação folclórica na palavra “cururu”, como o sentido de sapo em nheengatu. O cantador Luizinho Rosa também vai no mesmo sentido:           

O cururu, ele vem mais o mêno de um histórico que é o nome antigo do sapo. Sapo, porque vem dos índio que dançava tudo pulano que nem sapo. Então surgiu essa lenda do cururu com o nome de sapo. Esse é o começo do cururu.

Área de Ocorrência

A denominada “zona cururueira” é a região conhecida por Vale do Médio Tietê. Outros preferem circunscrever o cururu à área compreendida entre os municípios de Piracicaba, Sorocaba e Botucatu.

O fato é que, além dessas três cidades, o cururu paulista pode ser encontrado em localidades como Votorantim, Piedade, Pilar do Sul, Ibitiruna, Pirambóia, Laras, Laranjal Paulista, Vitoriana, Piapara, Araçoiaba da Serra, Itapetininga, Angatuba, Maristela, Conchas, Pereiras, Rubião Junior, Pardinho, Porto Feliz, Tietê, Jumirim, Bofete, Porangaba, Cesário Lange, Capivari, Saltinho, Rio das Pedras, Tatuí, Boituva, Cerquilho, Mombuca, Quadra, Santa Bárbara d`Oeste, Artemis, São Pedro, Anhembi, Salto de Pirapora, Itu, Rafard, Iperó e Capela do Alto, entre outras.

Existe cururu também nos estados de Mato Grosso e Goiás, embora com caracterísiticas específicas, o que reforça a tese de sua disseminação através da ação dos bandeirantes.

Dentro da sua área de ocorrência, o cururu paulista ainda pode ser encontrado nas festas dos bairros rurais, arrabaldes, capelas e pousos do Divino realizados em sítios. No entantanto, é provável que atualmente aconteçam mais cantorias na zona urbana do que na rural. O cururu, que durante um determinado período, ocupou grande espaço nos teatros, nas rádios e nas praças centrais, hoje sobrevive em espaços menores.

Ainda existem programas de rádio, principalmente em Sorocaba, mas não é algo tão comum pela região do Médio Tietê, como foi em outros tempos. Também são frequentes algumas cantorias promovidas pelas prefeituras em datas especiais ou por instituições como o Sesc. Porém, o principal espaço do cururu atual parece ser mesmo os bares, lanchonetes e festas privadas realizadas principalmente nas periferias das cidades.

A Viola e o Violeiro

De fato, a viola é o instrumento base da cantoria, embora não seja o único. Antigamente, era muito comum o uso do reco-reco ou reque-reque feito de bambu e também do adufe, irmão mais velho do conhecido pandeiro.

Hoje em dia, como a maioria das cantorias é realizada com o auxílio de aparelhagem de som, a viola reina quase exclusiva, às vezes acompanhada de violão. Nas apresentações ao vivo os instrumentos de percussão são menos utilizados do que em outros tempos, porém, nas gravações em estúdio o uso do pandeiro é constante. Ocasionalmente, há contra-baixo e violões. No cd “Os Reis do Cururu Sorocabano”, os cantores Rubens Ribeiro, Carlos Caetano, Cido Garoto e Dito Carrara são acompanhados pelo acordeonista Guazzeli.

Mas é a viola quem dita o ritmo da cantoria e há um discurso recorrente entre violeiros e cantadores, dando conta de que o acompanhante de cururu precisa possuir habilidades especiais. Dizem que mesmo o grande Tião Carreiro, apreciador de cururu, não conseguia acompanhar bem os cantadores.
Em seu livro “Cururu: retratos de uma tradição”, Cido Garoto, com autoridade de quem foi violeiro antes de ser cantador, explica as habilidades que o acompanhante de cururu deve ter:

O cururu não é como uma música sertaneja, com um mesmo ritmo do início ao fim. Por ser um repente, o cantador de cururu às vezes se enrosca, engole um tempo ou meio do compasso, pronuncia uma palavra muito comprida, perde a matemática e atravessa o ritmo.
O violeiro prático em cururu sabe de tudo isso e fica atento. Se acontecer, ele dá um repique no ritmo, podendo assim adiantar ou segurar o compasso. A platéia nem percebe.

Além de bom acompanhador, o violeiro precisa ser discreto. Afinal, é o cururueiro quem deve brilhar na cantoria. O violeiro também pode ajudar fazendo o baixão e ajudando na segunda voz, nos moldes de que fazia o “segunda” do cururu antigo.

Afinada normalmente em cebolão, a viola pode ser tocada de maneira simplesmente “batida” ou cheia de floreios e ponteados. Dizem que, no cururu antigo, a viola simplesmente acompanhava o ritmo da toada executada pelo cantador. Esse estilo de acompanhamento ainda é utilizado, mas hoje muitos violeiros gostam de tocar num estilo um pouco mais trabalhado, que mistura ponteios e preparações, além de manter o ritmo da toada.    

Assim como ocorre com os cantores, a maioria dos violeiros atribui seus dotes como músicos ao auto-aprendizado e a um dom divino. O discurso de que o talento para tocar viola está no sangue também surge com freqüência.

Muitos cantadores respeitados começaram como violeiros e daí migraram para a frente do palco. Jonata Neto foi violeiro de Luizinho Rosa, Sílvio Pais tocou para João Davi e Cido Garoto para Sílvio Pais e Dito Carrara. Até mesmo Manezinho Moreira, tido como o maior violeiro do período de mais sucesso do cururu piracicabano, acabou assumindo a posição de canturião.

Sérgio Santa Rosa é jornalista e autor do livro “Prosa de Cantador”, à venda pelo site www.abacateiro.com

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Show "Colorido" com Fernando Caselato

Show "Colorido" com Fernando Caselato

área: música

O violeiro e compositor Fernando Caselato convida o público para um passeio pela sonoridade musical das cinco regiões brasileiras em Colorido.
O espetáculo será apresentado em Bauru, no próximo dia 10 de novembro (quinta-feira), às 20h, no Centro Cultural de Bauru. O show terá participação especial de Levi Ramiro.

A entrada é franca.
O show, inteiramente instrumental, trará 20 composições de Caselato, que traduzem os sotaques e diversidade rítmica das regiões Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Ritmos como o carimbó, da região Norte; o maracatu, do Nordeste; o rasqueado do Centro-Oeste; o batuque e o choro da região Sudeste e a milonga da região Sul pontuam as composições, que contêm ainda elementos da linguagem jazzística, com harmonias bem elaboradas, ricas melodias e pitadas de improvisação.
Ao explorar as potencialidades rítmicas e melódicas das cinco regiões brasileiras, Fernando Caselato utiliza a técnica a serviço de uma concepção musical muito mais abrangente, que procura testemunhar sua época com um pé fincado nas raízes da música brasileira e outro na universalidade.
O músico Violeiro, instrumentista, revelação nacional da viola instrumental em 2004, Fernando Caselato segue a linha do improviso com matizes brasileiros.
Participou em diversos trabalhos, encontros, eventos e prêmios como o CD ao vivo no teatro Alfa em São Paulo pelo Prêmio Syngenta de Música Instrumental de viola – 2004, a 8° Mostra Brasil Instrumental de Tatuí – 2008, e o Circuito Syngenta de viola instrumental 2009, além de shows e oficinas nas unidades do SESC – SP, participações em CDS como instrumentista e arranjador, trilhas e programas de rádio e TV.
Lançou em 2005 o CD Pé de Viola, com sua viola brasileira, onde os ritmos típicos da música caipira e regional do Brasil como toada, rasqueado, chamamé, cateretê, batuque, pagode de viola, arrasta-pé, baião, maracatu e o choro, são executados com arranjos que vão da simplicidade à sofisticação.
O CD Solo das Cores, produzido por Swami Jr, traz uma mostra das recentes composições e arranjos de Fernando Caselato. Para a gravação do álbum, Fernando Caselato contou com participações de importantes nomes do cenário da música instrumental brasileira atual, como Swami Jr, Luiz Guello, Chico Saraiva, Daniel Murray, Alexandre Ribeiro e Julio Barro.
Seu recente álbum, Cordas Brasileiras – Fernando Caselato & Quarteto Tau, um projeto inédito produzido por Paulo Bellinati, faz a união da viola brasileira com o quarteto de violões, que traça um panorama da música brasileira, desde Nazareth, passando por Angelino de Oliveira, Garoto, até chegar à música de Paulo Bellinati e Weber Lopes e outros grandes jovens compositores da cena atual, como Chico Saraiva, Emiliano Castro, Fernando Caselato e Daniel Murray.

10 de novembro |quinta-feira às 20h

local: Teatro Municipal - Centro Cultural de Bauru

entrada franca

patrocínio: Syngenta

realização: 3S Projetos

apoio: Secretaria Municipal de Cultura

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Inscrições abertas para aulas de Viola e Violão

O Clube da Viola de Bauru através do Projeto “Acordes de Viola” integrante do “Ponto de Cultura” do Ministério da Cultural e Secretaria de Cultura da Prefeitura de Bauru, abre novas inscrições para novas turmas de aulas de violão e violão. As aulas serão ministradas às terças-feiras na Sede do Clube, na Rua Rui Barbosa, 17-51, no Jardim Bela Vista (CSU), local onde deverão ser feitas as inscrições, no dia 07/11/2011, das 14h00 às 18h00. São 5 vagas para violão iniciante, turma das 15h00, dez vagas para viola, turmas das 16h00 e 5 vagas para violão, turmas das 17h00. Interessados deverão levar documento de identidade com foto recente. Informações pelos telefones (14) 9748-6106, 3234-3195. Não fazemos inscrições, nem reservamos vagas por telefone.

Banner horizontal